Juízes 4
17 Sísera, porém, fugiu a pé para a tenda de Jael, mulher do queneu Héber, pois havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e o
clã do queneu Héber.
18 Jael saiu ao encontro de Sísera e o convidou: “Venha, entre na minha tenda, meu senhor. Não tenha medo!” Ele entrou,
e ela o cobriu com um pano.
19 “Estou com sede”, disse ele. “Por favor, dê-me um pouco de água.” Ela abriu uma vasilha de leite feita de couro, deulhe
de beber, e tornou a cobri-lo.
20 E Sísera disse à mulher: “Fique à entrada da tenda. Se alguém passar e perguntar se há alguém aqui, responda que não”.
21 Entretanto, Jael, mulher de Héber, apanhou uma estaca da tenda e um martelo e aproximou-se silenciosamente enquanto
ele, exausto, dormia um sono profundo. E cravou-lhe a estaca na têmpora até penetrar o chão, e ele morreu.
22 Baraque passou à procura de Sísera, e Jael saiu ao seu encontro. “Venha”, disse ela, “eu lhe mostrarei o homem que
você está procurando.” E entrando ele na tenda, viu ali caído Sísera, morto, com a estaca atravessada nas têmporas.
23 Naquele dia Deus subjugou Jabim, o rei cananeu, perante os israelitas. 24 E os israelitas atacaram cada vez mais a Jabim,
o rei cananeu, até que eles o destruíram.
Juízes 5
O Cântico de Débora
1 Naquele dia Débora e Baraque, filho de Abinoão, entoaram este cântico:
2 “Consagrem-se para a guerra
os chefes de Israel.
Voluntariamente o povo se apresenta.
Louvem o SENHOR!
3 “Ouçam, ó reis!
Governantes, escutem!
Cantarei aob SENHOR, cantarei;
comporei músicas aoc SENHOR,
o Deus de Israel.
4 “Ó SENHOR, quando saíste de Seir,
quando marchaste
desde os campos de Edom,
a terra estremeceu, os céus gotejaram,
as nuvens despejaram água!
5 Os montes tremeram
perante o SENHOR, o Deus do Sinai,
perante o SENHOR, o Deus de Israel.
6 “Nos dias de Sangar, filho de Anate,
nos dias de Jael,
as estradas estavam desertas;
os que viajavam seguiam
caminhos tortuosos.
7 Já tinham desistido
os camponeses de Israel,a
já tinham desistido,
até que eu, Débora, me levantei;b
levantou-se uma mãe em Israel.
8 Quando escolheram novos deuses,
a guerra chegou às portas,
e não se via um só escudo ou lança
entre quarenta mil de Israel.
9 Meu coração está
com os comandantes de Israel,
com os voluntários dentre o povo.
Louvem o SENHOR!
10 “Vocês, que cavalgam
em brancos jumentos,
que se assentam em ricos tapetes,
que caminham pela estrada, considerem!
11 Mais alto que a voz
dos que distribuem águac
junto aos bebedouros,
recitem-se os justos feitos do SENHOR,
os justos feitos
em favor dos camponesesd de Israel.
“Então o povo do SENHOR
desceu às portas.
12 ‘Desperte, Débora! Desperte!
Desperte, desperte, irrompa em cânticos!
Levante-se, Baraque!
Leve presos os seus prisioneiros,
ó filho de Abinoão!’
13 “Então desceram os restantes
e foram aos nobres;
o povo do SENHOR
veio a mim contra os poderosos.
14 Alguns vieram de Efraim,
das raízes de Amaleque;
Benjamim estava com o povo
que seguiu você.
De Maquir desceram comandantes;
de Zebulom, os que levam
a vara de oficial.
15 Os líderes de Issacar
estavam com Débora;
sim, Issacar também estava
com Baraque,
apressando-se após ele até o vale.
Nas divisões de Rúben
houve muita inquietação.
16 Por que vocês permaneceram
entre as fogueirasa
a ouvir o balido dos rebanhos?
Nas divisões de Rúben
houve muita indecisão.
17 Gileade permaneceu
do outro lado do Jordão.
E Dã, por que se deteve
junto aos navios?
Aser permaneceu no litoral
e em suas enseadas ficou.
18 O povo de Zebulom arriscou a vida,
como o fez Naftali
nas altas regiões do campo.
19 “Vieram reis e lutaram.
Os reis de Canaã lutaram
em Taanaque, junto às águas de Megido,
mas não levaram prata alguma,
despojo algum.
20 Desde o céu lutaram as estrelas,
desde as suas órbitas
lutaram contra Sísera.
21 O rio Quisom os levou,
o antigo rio, o rio Quisom.
Avante, minh’alma! Seja forte!
22 Os cascos dos cavalos
faziam tremer o chão;
galopavam,
galopavam os seus poderosos cavalos.
23 ‘Amaldiçoem Meroz’,
disse o anjo do SENHOR.
‘Amaldiçoem o seu povo,
pois não vieram ajudar o SENHOR,
ajudar o SENHOR contra os poderosos.’
24 “Que Jael seja
a mais bendita das mulheres,
Jael, mulher de Héber, o queneu!
Seja ela bendita entre as mulheres
que habitam em tendas!
25 Ele pediu água, e ela lhe deu leite;
numa tigela digna de príncipes
trouxe-lhe coalhada.
26 Ela estendeu a mão e apanhou
a estaca da tenda;
e com a mão direita
o martelo do trabalhador.
Golpeou Sísera, esmigalhou sua cabeça,
esmagou e traspassou suas têmporas.
27 Aos seus pés ele se curvou,
caiu e ali ficou prostrado.
Aos seus pés ele se curvou e caiu;
onde caiu, ali ficou. Morto!
28 “Pela janela olhava a mãe de Sísera;
atrás da grade ela exclamava:
‘Por que o seu carro
se demora tanto?
Por que custa a chegar
o ruído de seus carros?’
29 As mais sábias de suas damas
respondiam,
e ela continuava falando consigo mesma:
30 ‘Estarão achando e repartindo
os despojos?
Uma ou duas moças
para cada homem,
roupas coloridas
como despojo para Sísera,
roupas coloridas e bordadas,
tecidos bordados
para o meu pescoço,
tudo isso como despojo?’
31 “Assim pereçam
todos os teus inimigos, ó SENHOR!
Mas os que te amam sejam como o sol
quando se levanta na sua força”.
E a terra teve paz durante quarenta anos.
Juízes 6
Gideão
1 De novo os israelitas fizeram o que o SENHOR reprova, e durante sete anos ele os entregou nas mãos dos midianitas. 2 Os
midianitas dominaram Israel; por isso os israelitas fizeram para si esconderijos nas montanhas, nas cavernas e nas fortalezas.
3 Sempre que os israelitas faziam as suas plantações, os midianitas, os amalequitas e outros povos da região a leste deles as
invadiam. 4 Acampavam na terra e destruíam as plantações ao longo de todo o caminho, até Gaza, e não deixavam nada vivo
em Israel, nem ovelhas nem gado nem jumentos. 5 Eles subiam trazendo os seus animais e suas tendas, e vinham como
enxames de gafanhotos; era impossível contar os homens e os seus camelos. Invadiam a terra para devastá-la. 6 Por causa de
Midiã, Israel empobreceu tanto que os israelitas clamaram por socorro ao SENHOR.
7 Quando os israelitas clamaram ao SENHOR por causa de Midiã, 8 ele lhes enviou um profeta, que disse: “Assim diz o
SENHOR, o Deus de Israel: ‘Tirei vocês do Egito, da terra da escravidão. 9 Eu os livrei do poder do Egito e das mãos de todos
os seus opressores. Expulsei-os e dei a vocês a terra deles. 10 E também disse a vocês: Eu sou o SENHOR, o seu Deus; não
adorem os deuses dos amorreus, em cuja terra vivem, mas vocês não me deram ouvidos’ ”.
11 Então o Anjo do SENHOR veio e sentou-se sob a grande árvore de Ofra, que pertencia ao abiezrita Joás. Gideão, filho de
Joás, estava malhando o trigo num tanque de prensar uvas, para escondê-lo dos midianitas. 12 Então o Anjo do SENHOR
apareceu a Gideão e lhe disse: “O SENHOR está com você, poderoso guerreiro”.
13 “Ah, Senhor”, Gideão respondeu, “se o SENHOR está conosco, por que aconteceu tudo isso? Onde estão todas as suas
maravilhas que os nossos pais nos contam quando dizem: ‘Não foi o SENHOR que nos tirou do Egito?’ Mas agora o SENHOR
nos abandonou e nos entregou nas mãos de Midiã”.
14 O SENHOR se voltou para ele e disse: “Com a força que você tem, vá libertar Israel das mãos de Midiã. Não sou eu
quem o está enviando?”
15 “Ah, Senhora”, respondeu Gideão, “como posso libertar Israel? Meu clã é o menos importante de Manassés, e eu sou o
menor da minha família.”
16 “Eu estarei com você”, respondeu o SENHOR, “e você derrotará todos os midianitas como se fossem um só homem”.
17 E Gideão prosseguiu: “Se de fato posso contar com o teu favor, dá-me um sinal de que és tu que estás falando comigo.
18 Peço-te que não vás embora até que eu volte e traga minha oferta e a coloque diante de ti”.
E o SENHOR respondeu: “Esperarei até você voltar”.
19 Gideão foi para casa, preparou um cabrito, e com uma arrobaa de farinha fez pães sem fermento. Pôs a carne num cesto
e o caldo numa panela, trouxe-os para fora e ofereceu-os a ele sob a grande árvore.
20 E o Anjo de Deus lhe disse: “Apanhe a carne e os pães sem fermento, ponha-os sobre esta rocha e derrame o caldo”.
Gideão assim o fez. 21 Com a ponta do cajado que estava em sua mão, o Anjo do SENHOR tocou a carne e os pães sem
fermento. Fogo subiu da rocha, consumindo a carne e os pães. E o Anjo do SENHOR desapareceu. 22 Quando Gideão viu que
era o Anjo do SENHOR, exclamou: “Ah, SENHOR Soberano! Vi o Anjo do SENHOR face a face!”
23 Disse-lhe, porém, o SENHOR: “Paz seja com você! Não tenha medo. Você não morrerá”.
24 Gideão construiu ali um altar em honra ao SENHOR e lhe deu este nome: O SENHOR é Paz. Até hoje o altar está em Ofra
dos abiezritas.
25 Naquela mesma noite o SENHOR lhe disse: “Separe o segundo novilhob do rebanho de seu pai, aquele de sete anos de
idade. Despedace o altar de Baal, que pertence a seu pai, e corte o poste sagrado de Aserá que está ao lado do altar. 26 Depois
faça um altar para o SENHOR, o seu Deus, no topo desta elevação. Ofereça o segundo novilho em holocaustoc com a madeira
do poste sagrado que você irá cortar”.
27 Assim Gideão chamou dez dos seus servos e fez como o SENHOR lhe ordenara. Mas, com medo da sua família e dos
homens da cidade, fez tudo de noite, e não durante o dia.
28 De manhã, quando os homens da cidade se levantaram, lá estava demolido o altar de Baal, com o poste sagrado ao seu
lado, cortado, e com o segundo novilho sacrificado no altar recém-construído!
29 Perguntaram uns aos outros: “Quem fez isso?”
Depois de investigar, concluíram: “Foi Gideão, filho de Joás”.
30 Os homens da cidade disseram a Joás: “Traga seu filho para fora. Ele deve morrer, pois derrubou o altar de Baal e
quebrou o poste sagrado que ficava ao seu lado”.
31 Joás, porém, respondeu à multidão hostil que o cercava: “Vocês vão defender a causa de Baal? Estão tentando salvá-lo?
Quem lutar por ele será morto pela manhã! Se Baal fosse realmente um deus, poderia defender-se quando derrubaram o seu
altar”. 32 Por isso naquele dia chamaram Gideão de “Jerubaal”, dizendo: “Que Baal dispute com ele, pois derrubou o seu
altar”.
33 Nesse meio tempo, todos os midianitas, amalequitas e outros povos que vinham do leste uniram os seus exércitos,
atravessaram o Jordão e acamparam no vale de Jezreel. 34 Então o Espírito do SENHOR apoderou-se de Gideão, e ele, com
toque de trombeta, convocou os abiezritas para segui-lo. 35 Enviou mensageiros a todo o Manassés, chamando-o às armas, e
também a Aser, a Zebulom e a Naftali, que também subiram ao seu encontro.
36 E Gideão disse a Deus: “Quero saber se vais libertar Israel por meu intermédio, como prometeste. 37 Vê, colocarei uma
porção de lã na eira. Se o orvalho molhar apenas a lã e todo o chão estiver seco, saberei que tu libertarás Israel por meu
intermédio, como prometeste”. 38 E assim aconteceu. Gideão levantou-se bem cedo no dia seguinte, torceu a lã e encheu uma
tigela de água do orvalho.
39 Disse ainda Gideão a Deus: “Não se acenda a tua ira contra mim. Deixa-me fazer só mais um pedido. Permite-me fazer
mais um teste com a lã. Desta vez faze ficar seca a lã e o chão coberto de orvalho”. 40 E Deus assim fez naquela noite.
Somente a lã estava seca; o chão estava todo coberto de orvalho.
Juízes 7
A Vitória de Gideão sobre os Midianitas
1 De madrugada Jerubaal, isto é, Gideão, e todo o seu exército acampou junto à fonte de Harode. O acampamento de
Midiã estava ao norte deles, no vale, perto do monte Moré. 2 E o SENHOR disse a Gideão: “Você tem gente demais, para eu
entregar Midiã nas suas mãos. A fim de que Israel não se orgulhe contra mim, dizendo que a sua própria força o libertou,
3 anuncie, pois, ao povo que todo aquele que estiver tremendo de medo poderá ir embora do monte Gileade”. Então vinte e
dois mil homens partiram, e ficaram apenas dez mil.
4 Mas o SENHOR tornou a dizer a Gideão: “Ainda há gente demais. Desça com eles à beira d’água, e eu separarei os que
ficarão com você. Se eu disser: Este irá com você, ele irá; mas, se eu disser: Este não irá com você, ele não irá”.
5 Assim Gideão levou os homens à beira d’água, e o SENHOR lhe disse: “Separe os que beberem a água lambendo-a como
faz o cachorro, daqueles que se ajoelharem para beber”.
JUÍZES 4:21 - Sísera estava deitado quando Jael o matou, ou estava em pé, como Juizes 5:27
ResponderExcluirparece indicar?
PROBLEMA: De acordo com Juizes 4:21, Sísera estava deitado, "em profundo sono", quando Jael
se aproximou dele "mansamente e lhe cravou a estaca na fonte, de sorte que penetrou na terra".
Entretanto, Juízes 5:27 parece indicar que Sísera caiu depois de Jael ter atingido a sua cabeça com a
estaca da tenda. Sísera estava deitado ou em pé quando foi morto por Jael?
SOLUÇÃO: A descrição poética de Juizes 5:27 pode ser entendida como descrevendo possíveis
convulsões que ocorreram no corpo de Sísera, depois que ele recebeu o golpe na cabeça. Também,
o termo "caiu" com freqüência é usado com um sentido figurado, para indicar a morte de alguém.
Isto seria bem provável, considerando-se a estrutura poética do capítulo 5. O poema não está
descrevendo literalmente uma queda ao solo, como se Sísera estivesse em pé. Antes, é a forma de
descrever com certa poesia a morte de Sísera. Pela mão dessa mulher inexperiente, o capitão do
exército cananita, Sísera, caiu. Não há contradição, mas apenas diferença entre uma narrativa
histórica acurada, que descreve os fatos de maneira literal, e uma forma poética acurada, que
descreve os eventos de um modo poético.
JUÍZES 5:6ss - Como Jael pode ser louvada por um homicídio tão cruel?
ResponderExcluirPROBLEMA: A história da morte de Sísera pelas mãos de Jael descreve um assassinato violento e
cruel (Jz 4:21). Entretanto, o cântico de Débora registrado em Juizes 5 louva Jael por ter matado
Sísera. Como pode ela ser louvada por cometer um homicídio assim tão violento?
SOLUCÃO: Primeiro, convém lembrar que Sísera era um poderoso guerreiro. Quando ele foi até a
tenda de Jael, ela não teve como recusar-lhe, a entrada. Embora tenha sido Jael que saiu ao encontro
de Sísera para encorajá-lo a refugiar-se em sua tenda, Juizes 4:17 deixa claro que ele já planejara ir
à tenda de Jael.
Segundo, Sísera era um guerreiro cruel, que vinha oprimindo severamente o povo de Deus.
Se ele tivesse escapado da batalha, com certeza voltaria a fazer crueldades com o povo de Deus. Se
Jael não tivesse agido como agiu, ela estaria sendo conivente com todos os futuros atos de matança
e de opressão desse homem impiedoso para com o povo de Deus.
Terceiro, o compromisso que Jael tinha com o Senhor Deus de Israel determinou a única
coisa que ela poderia fazer naquelas circunstâncias. Os inimigos do Senhor e do seu povo eram
inimigos de Jael. Ela precisava matar Sísera. Ela não conseguiria defrontar-se em combate com tal
guerreiro. Sua ação teria que ser rápida e certeira. Ela não poderia arriscar-se a falhar em seu intento
de matá-lo, ferindo-o apenas. Precisava agir, de forma a matá-lo certa e instantaneamente. Diante
das alternativas, Jael optou pelo bem maior. Para prevenir a matança e a opressão do povo de Deus,
ela matou Sísera.
Quarto, embora não haja na Bíblia nenhuma menção de que Deus honra ou louva Jael pela
maneira como ela matou Sísera, o cântico de Débora certamente a louva por sua ação decidida. Jael
foi um instrumento nas mãos de Deus para trazer juízo sobre esse terrível inimigo de Israel.