Provérbios 24
9 A intriga do insensato é pecado,
e o zombador é detestado pelos homens.
10 Se você vacila no dia da dificuldade,
como será limitada a sua força!
11 Liberte os que estão sendo levados
para a morte;
socorra os que caminham
trêmulos para a matança!
12 Mesmo que você diga:
“Não sabíamos o que estava acontecendo!”
Não o perceberia aquele que
pesa os corações?
Não o saberia aquele que
preserva a sua vida?
Não retribuirá ele a cada um
segundo o seu procedimento?
13 Coma mel, meu filho. É bom.
O favo é doce ao paladar.
14 Saiba que a sabedoria também será boa
para a sua alma;
se você a encontrar, certamente haverá
futuro para você,
e a sua esperança não vai decepcioná-lo.
15 Não fique de tocaia, como faz o ímpio,
contra a casa do justo,
e não destrua o seu local de repouso,
16 pois ainda que o justo caia sete vezes,
tornará a erguer-se,
mas os ímpios são arrastados
pela calamidade.
17 Não se alegre quando
o seu inimigo cair,
nem exulte o seu coração
quando ele tropeçar,
18 para que o SENHOR não veja isso,
e se desagrade,
e desvie dele a sua ira.
19 Não se aborreça por causa dos maus,
nem tenha inveja dos ímpios,
20 pois não há futuro para o mau,
e a lâmpada dos ímpios se apagará.
21 Tema o SENHOR e o rei, meu filho,
e não se associe aos dissidentes,
22 pois terão repentina destruição,
e quem pode imaginar a ruína
que o SENHOR e o rei podem causar?
Outros Ditados de Sabedoria
23 Aqui vão outros ditados dos sábios:
Agir com parcialidade nos julgamentos
não é nada bom.
24 Quem disser ao ímpio:
“Você é justo”,
será amaldiçoado pelos povos
e sofrerá a indignação das nações.
25 Mas os que condenam o culpado
terão vida agradável;
receberão grandes bênçãos.
26 A resposta sincera
é como beijoa nos lábios.b
27 Termine primeiro o seu trabalho
a céu aberto;
deixe pronta a sua lavoura.
Depois constitua famíliac.
28 Não testemunhe sem motivo
contra o seu próximo
nem use os seus lábios para enganá-lo.
29 Não diga: “Farei com ele
o que fez comigo;
ele pagará pelo que fez”.
30 Passei pelo campo do preguiçoso,
pela vinha do homem sem juízo;
31 havia espinheiros por toda parte,
o chão estava coberto de ervas daninhas
e o muro de pedra estava em ruínas.
32 Observei aquilo, e fiquei pensando;
olhei, e aprendi esta lição:
33 “Vou dormir um pouco”, você diz.
“Vou cochilar um momento;
vou cruzar os braços
e descansar mais um pouco”,
34 mas a pobreza lhe sobrevirá
como um assaltante,
e a sua miséria
como um homem armado.
Provérbios 25
1 Estes são outros provérbios de Salomão, compilados pelos servos de Ezequias, rei de Judá:
2 A glória de Deus é ocultar certas coisas;
tentar descobri-las é a glória dos reis.
3 Assim como o céu é elevado
e a terra é profunda,
também o coração dos reis é insondável.
4 Quando se retira a escória da prata,
nesta se tem material para oa ourives;
5 quando os ímpios são retirados
da presença do rei,
a justiça firma o seu trono.
6 Não se engrandeça na presença do rei,
e não reivindique lugar
entre os homens importantes;
7 é melhor que o rei lhe diga:
“Suba para cá!”,
do que ter que humilhá-lo
diante de uma autoridade.
O que você viu com os olhos
8 não leve precipitadamente ao tribunal,
pois o que você fará,
se o seu próximo o desacreditar?
9 Procure resolver sua causa diretamente
com o seu próximo,
e não revele o segredo de outra pessoa,
10 caso contrário, quem o ouvir
poderá recriminá-lo,
e você jamais perderá sua má reputação.
11 A palavra proferida no tempo certo
é como frutas de ouro
incrustadas numa esculturab de prata.
12 Como brinco de ouro
e enfeite de ouro fino
é a repreensão dada com sabedoria
a quem se dispõe a ouvir.
13 Como o frescor da neve
na época da colheita
é o mensageiro de confiança
para aqueles que o enviam;
ele revigora o ânimo de seus senhores.
14 Como nuvens e ventos sem chuva
é aquele que se gaba de presentes
que não deu.
15 Com muita paciência
pode-se convencer a autoridade,
e a língua branda quebra até ossosc.
16 Se você encontrar mel,
coma apenas o suficiente,
para que não fique enjoado e vomite.
17 Não faça visitas freqüentes
à casa do seu vizinho
para que ele não se canse de você
e passe a odiá-lo.
18 Como um pedaço de pau,
uma espada ou uma flecha aguda
é o que dá falso testemunho
contra o seu próximo.
19 Como dente estragado ou pé deslocado
é a confiança noa hipócrita
na hora da dificuldade.
20 Como tirar a própria roupa
num dia de frio,
ou derramar vinagre numa ferida,
é cantar com o coração entristecido.
21 Se o seu inimigo tiver fome,
dê-lhe de comer;
se tiver sede, dê-lhe de beber.
22 Fazendo isso, você amontoará
brasas vivas sobre a cabeça dele,
e o SENHOR recompensará você.
23 Como o vento norte traz chuva,
assim a língua fingida traz o olhar irado.
24 Melhor é viver num canto sob o telhado
do que repartir a casa
com uma mulher briguenta.
25 Como água fresca para a garganta sedenta
é a boa notícia que chega
de uma terra distante.
26 Como fonte contaminada
ou nascente poluída,
assim é o justo que fraqueja
diante do ímpio.
27 Comer mel demais não é bom,
nem é honroso buscar a própria honra.
28 Como a cidade
com seus muros derrubados,
assim é quem não sabe dominar-se.
Provérbios 26
1 Como neve no verão
ou chuva na colheita,
assim a honra é imprópria para o tolo.
2 Como o pardal que voa em fuga,
e a andorinha que esvoaça veloz,
assim a maldição sem motivo justo
não pega.
3 O chicote é para o cavalo,
o freio, para o jumento,
e a vara, para as costas do tolo!
4 Não responda ao insensato
com igual insensatez,
do contrário você se igualará a ele.
5 Responda ao insensato
como a sua insensatez merece,
do contrário ele pensará
que é mesmo um sábio.
6 Como cortar o próprio pé
ou beber venenoa,
assim é enviar mensagem
pelas mãos do tolo.
7 Como pendem inúteis as pernas do coxo,
assim é o provérbio na boca do tolo.
8 Como amarrar uma pedra na atiradeira,
assim é prestar honra ao insensato.
9 Como ramo de espinhos
nas mãos do bêbado,
assim é o provérbio na boca do insensato.
10 Como o arqueiro que atira ao acaso,
assim é quem contrata o tolo
ou o primeiro que passa.
11 Como o cão volta ao seu vômito,
assim o insensato repete a sua insensatez.
12 Você conhece alguém que se julga sábio?
Há mais esperança para o insensato
do que para ele.
13 O preguiçoso diz:
“Lá está um leão no caminho,
um leão feroz rugindo nas ruas!”
14 Como a porta gira em suas dobradiças,
assim o preguiçoso
se revira em sua cama.
15 O preguiçoso coloca a mão no prato,
mas acha difícil demais
levá-la de volta à boca.
16 O preguiçoso considera-se mais sábio
do que sete homens que respondem
com bom senso.
17 Como alguém que pega pelas orelhas
um cão qualquer,
assim é quem se mete em discussão alheia.
18 Como o louco que atira
brasas e flechas mortais,
19 assim é o homem
que engana o seu próximo
e diz: “Eu estava só brincando!”
20 Sem lenha a fogueira se apaga;
sem o caluniador morre a contenda.
21 O que o carvão é para as brasas
e a lenha para a fogueira,
o amigo de brigas
é para atiçar discórdias.
22 As palavras do caluniador
são como petiscos deliciosos;
descem saborosos até o íntimo.
23 Como uma camada de esmaltea
sobre um vaso de barro,
os lábios amistosos
podem ocultar um coração mau.
24 Quem odeia disfarça as suas intenções
com os lábios,
mas no coração abriga a falsidade.
25 Embora a sua conversa seja mansa,
não acredite nele,
pois o seu coração está cheio de maldade.
26 Ele pode fingir e esconder o seu ódio,
mas a sua maldade será exposta em público.
27 Quem faz uma cova, nela cairá;
se alguém rola uma pedra,
esta rolará de volta sobre ele.
28 A língua mentirosa
odeia aqueles a quem fere,
e a boca lisonjeira provoca a ruína.
PROVÉRBIOS 24:11 - Este verso justifica o fato de quebrar a lei para impedir um aborto?
ResponderExcluirPROBLEMA: Salomão nos diz: "livra os que estão sendo levados para a morte e salva os que
cambaleiam indo para serem mortos" (Pv 24:11). Isso então justifica tentativas ilegais de "resgatar"
bebês, impedindo pela força que mulheres grávidas cheguem às clínicas de aborto legalizadas*?
SOLUÇÃO: Esta passagem não justifica quebrar as leis do governo humano, instituído por Deus
(cf. Rm 13:1; 1 Pe 2:13), mesmo que creiamos serem leis injustas. Aos crentes somente é permitido
desobedecer a lei no caso de ela os compelir à prática do pecado, e não no caso de ela permitir que
outra pessoa venha a pecar (veja os comentários de Êx 1:15-21). Se assim não fosse, teríamos de
fechar as portas das igrejas não-cristãs e dos templos não-cristãos, em que há pecado por estarem
adorando falsos deuses. Certamente devemos desobedecer uma lei que nos queira compelir a adorar
ídolos (Dn 3), mas não temos de desobedecer uma que permita que outros façam isso.
Além disso, este texto (Provérbios 24) não dá base para tentativas ilegais de "resgates" por
diversas razões. Primeiro, o capítulo não dá respaldo à desobediência civil; ele ordena a obediência
civil: "teme ao Senhor, ... e ao rei" (v. 21), onde o temor implica obediência às suas ordens (cf. Rm
13:1,3 e Tt 3:1).
Segundo, os que estão sendo levados à morte (24:11) são vítimas dos que estão quebrando a
lei; não são eles próprios que estão fazendo isso.
Em outras palavras, quem tentasse impedir um aborto nessas circunstâncias estaria agindo
contrariamente à lei, visto que o aborto legal seria feito de acordo com a lei.
Não há indicação nesta passagem (e em nenhuma outra) de que os crentes tenham o direito
de tomarem, de modo ilegal, os direitos legais dos outros, apenas por crerem pessoalmente que
certas leis sejam injustas. Nessa mesma linha incorreta de raciocínio de tais "resgatadores",
chegaríamos ao ponto de impedir o caminho de qualquer um -de um juiz, do júri ou da polícia -
agindo por nossa conta, se acreditássemos que a condenação seria injusta.
Além disso, se fosse certo "resgatar" vidas pelo fechamento das portas daquelas clínicas,
então por que não nos livrarmos delas jogando bombas sobre elas, destruindo seus suprimentos de
energia, ou até mesmo assassinando as enfermeiras e os médicos envolvidos? Não consideremos
nem mesmo a possibilidade de tal coisa!
A verdade é que dois erros não produzem um acerto, e os fins não justificam os meios,
mesmo sendo um processo ativo ou passivo de desobedecer um governo humano, instituído por
Deus, que tenha estabelecido leis não-compulsórias, que permitem a outros pecar.
PROVÉRBIOS 25:1 - Como pode Salomão ter sido o autor de Provérbios, se os homens de
ResponderExcluirEzequias os transcreveram?
PROBLEMA: O livro de Provérbios reivindica a sua autoria como sendo de Salomão (1:1; 10:1).
Judeus conservadores e eruditos cristãos há muito tempo têm atribuído este livro ao rei Salomão.
Entretanto, Provérbios 25:1 fala que os homens do rei Ezequias "transcreveram" esses provérbios,
muito tempo depois da morte de Salomão. Além disso, os dois últimos capítulos indicam terem sido
escritos por Agur (30:1) e pelo rei Lemuel (31:1), e não por Salomão.
SOLUÇÃO: Como Salomão escreveu cerca de 3.000 provérbios (1 Rs 4:32) - muito mais do que se
encontra neste livro - é possível que o livro de Provérbios não tenha sido constituído com base nos
muitos provérbios de Salomão senão após a sua morte. Sondo assim, então Deus foi quem dirigiu
seus servos, que o compilaram de forma a selecionar os que o Senhor queria que constassem em sua
Palavra, a qual tem a sua autoridade.
Também é possível que o próprio Salomão tenha escrito o livro de Provérbios, e que a
referência à transcrição feita pelos homens de Ezequias tenha sido acrescida posteriormente, quando
eles transcreveram o original de Salomão para outro manuscrito. Os dois últimos capítulos podem
ter sido incluídos pelo próprio Salomão, ou acrescidos posteriormente, já que eram também
sabedoria inspirada, tais como as de Salomão, embora tenham sido escritos por outros homens de
Deus, a saber, por Agur (30:1) e por Lemuel (31:1).
PROVÉRBIOS 26:4-5 - Como é que dois mandamentos contraditórios podem ser ambos
ResponderExcluircorretos?
PROBLEMA: Provérbios 26:4 diz: "Não respondas ao insensato segundo a sua estultícia"; e o
verso 5 nos diz: "Ao insensato responde segundo a sua estultícia". Isso parece ser uma clara
contradição.
SOLUÇÃO: Haveria contradição se esses dois versos não fossem acompanhados das frases que os
seguem. Nós devemos responder ao insensato segundo a sua estultícia "para que não seja ele sábio
aos seus próprios olhos"(v. 5). Mas não devemos responder a ele segundo a sua estultícia para não
nos fazermos semelhantes a ele (v. 4). Em outras palavras, depende das circunstâncias. Às vezes
devemos e às vezes não devemos responder a um insensato. O sábio saberá distinguir essas
ocasiões. E se a alguém falta sabedoria, peça-a a Deus (Tg 1:5).