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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Livro dos Mártires - Parte 50


CAPÍTULO 19 - História da vida e perseguições de John Bunyan


Este grande puritano nasceu no mesmo ano que os Padres Peregrinos desembarcaram em Plymuth. Seu lar foi Elstow, perto de Bedford, na Inglaterra. Seu pai era latoeiro, e ele aprendeu o mesmo ofício; era um rapaz vivaz e agradável, com um aspecto serio e quase mórbido em sua natureza. Todo ao longo de sua primeira idade adulta esteve arrependendo-se dos vícios de sua juventude, e isso embora nunca tivesse sido bêbado ou imoral. As ações particulares que angustiavam sua consciência foram a dança, tocar os sinos na igreja, e brincar de tip-cat, um jogo de jardim. Foi numa ocasião, enquanto jogava a isso, que "uma voz acudiu repentinamente do céu a minha alma, que disse: 'Deixarás teus pecados e iras ao céu, ou manterás teus pecados e irás ao inferno?' ". Foi por volta deste tempo que ouviu falar a três ou quatro pobres mulheres em Bedford enquanto tomavam sol na porta. "Sua conversação era acerca do novo nascimento, da obra de Deus nos corações. Estavam muito além de minha capacidade".
Em sua juventude foi membro do exército parlamentário durante um ano. A morte de um camarada perto dele aprofundou sua tendência aos pensamentos sérios, e houve épocas nas que parecia quase louco em seu zelo e penitencia. Durante um tempo esteve totalmente seguro de ter cometido o pecado imperdoável contra o Espírito Santo. Enquanto era jovem casou com uma boa mulher que lhe comprou vários livros piedosos que leu com assiduidade, confirmando assim seu fervor e aumentando sua inclinação às controvérsias religiosas.
Sua consciência foi mais acordada pela perseguição do grupo religioso dos batistas, aos que se havia unido. Antes da idade de trinta anos tinha-se convertido num predicador batista destacado.
Então lhe chegou o turno de ser perseguido. Foi arrestado por predicar sem licencia. "Antes de ir ante o juiz, roguei a Deus que se fizesse Sua vontade; porque não deixava de ter esperanças de que meu encarceramento pudesse resultar num despertamento dos santos da região. Somente nisto encomendei a questão a Deus, e verdadeiramente quando voltei me encontrei docemente com meu Deus na prisão".
Padeceu verdadeiras penalidades, devido ao mísero estado dos cárceres daqueles tempos. A este encerro se agregou a dor pessoal de estar afastado de sua segunda jovem esposa, e de quatro filhos pequenos, e particularmente de sua filinha cega. Enquanto estava no cárcere se recreou com os dois livros que tinha levado consigo: a Bíblia e o "Livro dos Mártires" de Fox [1].
Embora escreveu alguns de seus primeiros livros durante este longo encarceramento, não foi senão durante seu segundo encarceramento, mais breve, três anos depois do primeiro, que redigiu seu imortal "Progresso do Peregrino", que foi publicado três anos depois. Num tratado anterior tinha pensado brevemente na similitude entre a vida humana e uma peregrinação, e agora desenvolveu este tema em fascinante detalhe, empregando as cenas rurais de Inglaterra como fundo, a esplêndida cidade de Londres para a Feria das Vaidades, e os santos e vilões que conhecia pessoalmente para descrever os bem desenhados caracteres de sua alegoria.
O "Progresso do Peregrino" é verdadeiramente o relato das próprias experiências espirituais de Bunyan. Ele mesmo tinha sido o "homem coberto de andrajos, de pé, e com as costas voltadas para a sua habitação, tendo sobre os ombros uma pesada carga e nas mãos um livro". Depois de perceber que Cristo era sua justiça e de que isso não dependia "do bom estado de seu coração" ou, como diríamos nós, de seus sentimentos, "agora caíram certamente os ferrolhos de minhas pernas". Seus tinham sido o Castelo da Dúvida e o Pântano do Desespero, com muita parte do Vale da Humilhação e da Sombra da Morte. Porém, por acima de tudo, é um livro de vitória. Uma vez, saindo da porta da sala do tribunal onde tinha sido derrotado, escreveu: "Enquanto saia da porta, teve grande gozo de dizê-lhes que levava comigo a paz de Deus". Em sua visão estava sempre a Cidade Celestial com todos os sinos repicando. Tinha combatido constantemente contra Apolião, e amiúde ferido, envergonhado e caindo, mas no final, "mais que vencedor por meio dAquele que nos amou".
Seu livro foi a princípio recebido com muitas críticas por parte de seus amigos Puritanos, que viram nele somente um agregado à literatura mundana de seus tempos; porém então os Puritanos não tinham demasiadas coisas para ler, e não se passou muito tempo antes que fosse devotamente colocado junto a suas Bíblias e lido com gozo a proveito. Passaram talvez dois séculos antes de que literários começaram a perceber que esta história, tão cheia de realidade humana e de interesse, e tão maravilhosamente modelada sobre o inglês de tradução autorizada da Bíblia, constitui uma das glórias da literatura inglesa. Em seus anos tardios escreveu várias outras alegorias, de uma das quais "A Guerra Santa", foi dito que se o "Progresso do Peregrino" não tivesse sido nunca escrito, seria considerado como a melhor alegoria da língua inglesa.
Durante os últimos anos de sua vida, Bunyan ficou no venerado pastor e predicador locar. Também era um orador favorito nos púlpitos inconformados de Londres. Chegou a ser um líder e mestre tão a escala nacional, que freqüentemente era chamado o "Bispo Bunyan".
Nem útil e desprendido de sua vida pessoal, seu caráter era apostólico. Sua última doença foi devida aos embates de uma tempestade durante uma viagem na que tratava de reconciliar um pai com seu filho. Seu final chegou o 3 de agosto de 1688. foi sepultado em Bunhill Fields, o pátio de uma igreja de Londres.
Não há dúvidas acerca de que o "Progresso do Peregrino" tem sido mais útil que qualquer outro livro fora da Bíblia. Foi oportuno, porque continuavam queimando mártires na Feria das Vaidades enquanto ele estava escrevendo. É um livro duradouro, porque enquanto diz pouco de viver a vida cristã na família e na comunidade, sim interpreta a vida até ali onde é da alma individual, numa linguagem simples. Bunyan desde logo "mostrou como reconstruir um trono principesco sobre a humilde verdade". Ele tem sido para muitos seu mesmíssimo Bom Coração, o valoroso guia de peregrinos.

CAPÍTULO 20 - História da vida de John Wesley


John Wesley nasceu o 17 de junho de 1703, em Epworth, Inglaterra, o décimo quinto de dezenove filhos de Charles e Suzanna Wesley. O pai de Wesley era predicador, e a mãe de Wesley era uma manhã notável em quando a sabedoria e inteligência. Era uma mulher de profunda piedade e criou a seus pequenos em estreito contato com as histórias da Bíblia, contando-as já em volta do fogo da habitação das crianças. Também costumava vestir os meninos com suas melhores roupas os dias em que tinham o privilégio de aprender seu alfabeto como introdução à leitura das Sagradas Escrituras.
O jovem Wesley era guapo e varonil, e adorava os jogos e em particular a dança. Em Oxford foi um líder, e durante a última parte de sua estância ali foi um dos fundadores do "Santo Clube", uma organização de estudantes sérios. Sua natureza religiosa se aprofundou com o estudo e a experiência, mas não foi até anos depois de deixar a universidade e entrar sob a influência dos escritos de Lutero que sentiu ter entrado nas plenas riquezas do Evangelho.
Ele e seu irmão Charles foram enviados a Geórgia pela Sociedade para a Propagação do Evangelho, e ali os dois desenvolveram suas capacidades como predicadores.
Durante sua navegação se encontraram em companhia de vários Irmãos Morávios, membros da associação recentemente renovada pela atividade do conde Zinzendorf. John Wesley observou em seu diário que numa grande tempestade, quando todos os ingleses a bordo perderam inteiramente a compostura, estes alemães o impressionaram com sua calma e total resignação a Deus. Também observou a humildade deles sob tratamentos insultantes.
Foi ao voltar à Inglaterra que entrou naquelas mais profundas experiências e que desenvolveu maravilhosos poderes como predicador popular, que o fizeram um líder nacional. Naquele tempo se associou também com George Whitefield, de fama imperecível por sua maravilhosa eloqüência.
O que executou beira o incrível. Ao entrar em seu ano 85, deu as graças a Deus por ser quase tão vigoroso como sempre. o subscrevia à vontade de Deus, ao fato de que sempre tinha dormido profundamente, a que durante sessenta anos se levantara às 4 da manhã, e que por cinqüenta anos predicou cada manhã às 5. apenas em sua vida sentiu alguma dor, aversão ou ansiedade. Predicava duas vezes ao dia, e amiúde três e quatro vezes. Estimações realizadas calcularam que cada ano viajou mais de sete mil quilômetros, a maioria a cavalo.
Os êxitos logrados pela predicação metodista tiveram de ser alcançados através de uma longa série de anos, e entre as mais azedas perseguições. Em quase todas as partes da Inglaterra se viu enfrentado no princípio com a plebe que o apedrejava, e com tentativas de feri-lo ou matá-lo. Somente em ocasiões houve intervenções da autoridade civil. Os dois Wesley enfrentaram todos estes perigos com um assombroso valor, e com uma serenidade igualmente assombrosa. O mais irritante era o amontoamento de calunias e injúrias de parte dos escritores daquela época. Estes livros estão totalmente esquecidos.
Wesley tinha sido, em sua juventude, um eclesiástico da igreja alta, e sempre esteve profundamente aderido à Comunhão Estabelecida. Quando viu necessário ordenar predicadores, se fez inevitável a separação de seus seguidores da igreja oficial. Logo receberam o nome de "metodistas" devido à peculiar capacidade organizativa de seu líder e aos engenhosos métodos que aplicava.
A comunhão wesleyana, que depois de sua morte cresceu até constituir a grande Igreja Metodista, se caracterizava por uma perfeição organizativa quase militar.
Toda a direção de sua denominação sempre em crescimento descansava sobre o Pai Wesley. A conferencia anual, estabelecida em 1744, adquiriu um poder de governo somente com a morte de Wesley. Charles Wesley fez um serviço incalculável para a sociedade com seus hinos. Introduziram uma nova era na hinologia da Igreja de Inglaterra. John Wesley dividiu seus dias entre seu trabalho de dirigir a igreja, seu estudo (porque era um leitor incansável), viajar e predicar.
Wesley era incansável em seus esforços por disseminar conhecimentos úteis através de sua denominação. Planificou a cultura intelectual de seus predicadores itinerantes e mestres locais, e para escolas de instrução para os futuros mestres da Igreja. Ele mesmo preparou livros para seu uso popular acerca da história universal, história da Igreja, e História natural. Nisto Wesley foi um apóstolo da união da cultura intelectual com a vida cristã. Publicou também os mais amadurecidos de seus sermões e várias obras teológicas. Tudo isto, tanto por sua profundidade e penetração mental, como por sua pureza e precisão de estilo, excitam nossa admiração.
John Wesley era pessoa de estatura ordinária, mas de nobre presença. Seus rasgos eram mais garbosos, incluso em sua velhice. Tinha uma testa larga, nariz aquilino, olhos claros e uma complexão viçosa. Suas maneiras eram corteses, e quando estava em companhia de pessoas cristãs se mostrava relaxado. Os rasgos mais destacados de seu caráter eram seu amor persistente e laborioso pelas almas dos homens, e firmeza, e a tranqüilidade de espírito. Inclusive em controvérsias doutrinárias exibia a maior calma. Era amável e muito generoso. Já se mencionou sua grande laboriosidade. Se calcula que nos últimos cinqüenta e dois anos de sua vida predicou mais de quarenta mil sermões.
Wesley trouxe a pecadores ao arrependimento em três reinos e dois hemisférios. Foi bispo de uma diocese sem comparação com nenhuma na Igreja Oriental ou Ocidental. Que há no âmbito dos esforços cristãos —missões estrangeiras, missões interiores, tratados e literatura cristã, predicação de campo, predicação itinerante, estudos bíblicos ou o que for que não tenha sido tentado por John Wesley, que não fosse abrangido por sua poderosa mente mediante a ajuda de seu Divino Condutor?
A ele foi concedido avivar a Igreja da Inglaterra quando tinha perdido de vista a Cristo o Redentor, levando-a a uma renovada vida cristã. Ao predicar a justificação e renovação da alma por médio da fé em Cristo, levantou a muitos das classes mais humildes da nação inglesa desde sua enorme ignorância e maus costumes, transformando-os em cristãos fervorosos que fiéis. Seus incansáveis esforços se fizeram sentir não somente na Inglaterra, senão também na América e na Europa continental. Na só se devem ao Metodismo quase todo o zelo existente na Inglaterra pela verdade e vida cristã, senão que a atividade agitada em outras partes da Europa Protestante podemos remontá-la, indiretamente pelo menos, a Wesley.
Morreu em 1791, depois de uma longa vida de incessantes lavores e de desprendido serviço. Seu fervente espírito e cordial irmandade continuam sobrevivendo no corpo que mantém afetuosamente seu nome.


[1] Refere-se à antiga edicao, escrita por Fox no século XVI. A seguinte (a atual) foi ampliada por William Byron Forbush no século XIX, incluindo o material deste capítulo.

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