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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Livro dos Mártires - Parte 40


Simão Miller e Elizabete Cooper
No seguinte mês de julho estes dois receberam a coroa do martírio. Miller vivia em Lynn, e acudiu a Norwich, onde, colocando-se à porta de uma das igrejas, enquanto a gente saia, pediu saber onde poderia ir para receber a Comunhão. Por esta causa, o sacerdote o fez levar diante do doutor Dunning, que o fez encerrar; porém depois o deixaram voltar a sua casa para arranjar seus assuntos; após isso voltou à casa do bispo, e a seu cárcere, onde permaneceu até o 13 de julho, dia em que foi queimado.
Elizabete Cooper, mulher de um artesão de metais de St. Andrews, Norwich, tinha-se retratado; porém, atormentada pelo que tinha feito pelo verme que nunca morre, pouco depois se dirigiu voluntariamente a sua igreja paroquial durante o momento do culto papista, e, em pé, proclamou de forma audível que revogava sua anterior retratação, e advertiu a gente que evitasse seu indigno exemplo. Foi tirada de sua casa pelo senhor Sunon, o xerife maior, que muito contra sua vontade cumpriu com a letra da lei, porquanto tinham sido servos e amigos no passado. Na estaca, a coitada mulher, sentindo o fogo, gritou, ao qual o senhor Miller, passando a mão por detrás dele para ela, a animou, "porque (disse), boa irmã, teremos um gozoso e feliz jantar". Alentada por este exemplo e exortação, se manteve inamovível na terrível prova e demonstrou, junto com ele, o poder da fé sobre a carne.

Execuções em Colchester
Já mencionamos antes que vinte e duas pessoas tinham sido enviadas desde Colchester, as quais, com uma ligeira submissão, foram depois liberadas. Delas, William Munt, de Much Bentley, granjeiro, com sua mulher Alice e Rose Allin, sua filha, após voltar a casa, se abstiveram de ir à igreja, o que induziu o fanático sacerdote a escrever secretamente a Bonner. Durante um certo tempo se ocultaram, mas ao voltar o 7 de março, um tal Edmund Tyrrel (parente do Tyrrel que deu morte ao rei Eduardo V e a seu irmão) entrou com oficiais na casa enquanto Munt e sua mulher estavam na cama, informando-lhes que deviam ir ao castelo de Colchester. A senhora Munt estava então muito doente, e pediu que sua filha lhe desse algo para beber. Rose recebeu permissão para isso, e pegou uma vela e uma jarra; ao voltar a casa se encontrou com Tyrrel, que lhe ordenou que aconselhasse seus pais que se tornassem bons católicos. Rose lhe informou em poucas palavras que tinham o Espírito Santo como conselheiro, e que ela estava disposta a dar sua vida pela mesma causa. Voltando-se para a companhia, lhes declarou que estava pronta para ser queimada; então um deles lhe disse que a provasse, para ver de que seria ela capaz no futuro. O insensível desalmado executou no instante esta proposta; tomando a moça por uma munheca, manteve a vela acendido sob sua mãe, queimando-a transversal-mente no dorso, até que os tendões se separaram da carne, durante o qual a insultou com muitos qualificativos insultantes. Ela suportou imperturbável esta fúria, e depois, quando ele houve terminado a tortura, ela lhe disse que começasse por seus pés ou por sua cabeça, pois não tinha medo que seu cruel patrão fosse algum dia castigá-lo por isso. Depois levou a bebida a sua mãe.
Este cruel ato de tortura não está isolado. Bonner tinha tratado a um coitado harpista de uma maneira muito semelhante, por ter mantido firmemente a esperança de que ainda que lhe queimassem todas as articulações, não se afastaria de sua fé. Com isto, Bonner, fez um sinal em secreto aos homens para que trouxessem brasas acesas, que colocaram na mão daquele coitado, fechando-a pela força, até que queimou profundamente na carne.
George Eagles, um alfaiate, foi acusado de ter orado que "Deus mudará o coração da Rainha Maria, ou a arrebatará"; a causa ostensível de sua morte foi sua religião, porque dificilmente poderia ter sido acusado de traição por ter orado pela reforma de uma alma tão execrável como a de Maria. Condenado por este crime, foi arrastado sobre um trenó até o lugar da execução, junto com dois bandidos, que foram executados com ele. Depois que Eagles subisse a escadinha e tivesse permanecido pendurado durante um certo tempo, foi despedaçado antes de ter ficado por completo inconsciente; um xerife chamado William Swallow o arrastou então ao trenó, e com um machado velho cortou-lhe torpemente a cabeça, e com vários golpes; de uma forma igual de torpe e cruel abriu-lhe o corpo em canal e lhe desgarrou o coração.
Em meio de todos estes sofrimentos, o pobre mártir não se queixou, senão que clamou a seu Salvador. A fúria destes fanáticos não acabou aqui. Seus intestinos foram queimados e o corpo despedaçado, enviando-se os quatro quartos a Colchester, Harwich, Chelmsford e St. Rouse's. Chelmsford teve a honra de reter sua cabeça, que foi encravada numa estaca na praça do mercado. Após um tempo foi deitada pelo vento, e ficou vários dias na rua, até que foi sepultada uma noite no pátio da igreja. O juízo de Deus caiu pouco depois sobre Swallow, que em sua velhice ficou reduzido á mendicância, e foi flagelado por uma lepra que o tornou horroroso até para os animais; e tampouco escapou da mão vingadora de Deus Richard Potts, que angustiou Eagles em seus momentos finais.

A senhora Lewes
Esta senhora era a mulher do senhor T. Lewes, de Manchester. Tinha recebido como verdadeira a religião romanista, até a queima daquele piedoso mártir que tinha sido o senhor Saunders de Coventry. Ao saber que sua morte surgia de uma rejeição de receber a missa, começou a inquirir pela base desta rejeição, e sua consciência, ao começar a ser iluminada, começou a agitar-se e alarmar-se. Nesta inquietude, recorreu ao senhor John Glover, quem vivia perto, e lhe pediu que lhe desvendasse aquelas ricas fontes que possuía de conhecimento dos Evangelhos, particularmente acerca da questão da transubstanciação. Conseguiu convencê-la facilmente de que a mascarada do papado e da missa estavam em contra da santíssima Palavra de Deus, e a repreendeu fielmente por seguir excessivamente as vaidades de um mundo malvado. Para ela foi em vida futura uma palavra oportuna, porque logo cansou de sua anterior vida de pecado, e resolveu abandonar a missa e o culto idolátrico. Embora obrigada à força pelo marido a ir à igreja, seu menosprezo pela água benta e por outras cerimônias era tão evidente que foi acusada ante o bispo por desprezo dos sacramentos.
De imediato seguiu-se uma citação, dirigida a ela, que foi dada ao senhor Lewes, que, num arrebato de paixão, pus uma adaga no pescoço do oficial e o fez comê-la, e depois o obrigou a beber água para fazê-la descer, e então o fez sair. Por esta ação o bispo citou o senhor Lewes ante ele, igual que sua mulher; este se submeteu com presteza, porém ela afirmou com resolução que ao recusar a água benta nem ofendia a Deus nem quebrantava nenhuma de Suas leis. Foi enviada a sua casa durante um mês, sendo seu marido fiador pecuniário pelo comparecimento dela; durante este tempo o senhor Glover a convenceu da necessidade de fazer o que fazia não por vaidade, senão pela honra e glória de Deus.
O senhor Glover e outros exortaram seriamente a Lewes a perder o dinheiro que tinha pagado de fiança antes de entregar a sua mulher a uma morte certa, mas ficou surdo à voz da humanidade, e a entregou ao bispo, que logo achou causa suficiente para enviá-la a uma imunda prisão, de onde foi algumas vezes tirada para ser submetida a interrogatórios. No final, o bispo arrazoou com ela acerca do justo que era para ela ir à missa e receber como sagrado o Sacramento e os outros sacramentos do Espírito Santo. "Se estas coisas estivessem na Palavra de Deus", disse-lhe a senhora Lewes, "as receberia de todo coração, acreditando nelas e apreciando-as". O bispo lhe respondeu com a mais ignorante e ímpia insolência: "Se não queres crer mais que o que está justificado pelas Escrituras, estás em estado de condenação!". Atônita ante esta declaração, esta digna sofredora replicou com razão que suas palavras eram tão impuras quanto blasfemas.
Depois de ser sentenciada, permaneceu doze meses encarcerada, não estando disposto o xerife maior a executá-la durante o exercício de seu cargo, ainda que o acabavam de escolher para o mesmo. Quando chegou a ordem para sua execução desde Londres, ela enviou buscar uns amigos, aos que consultou acerca de em que forma poderia sua morte ser gloriosa para o nome de Deus, e prejudicial para a causa dos inimigos. Sorrindo, disse: "Em quanto a minha morte, me é pouca coisa. Quando sei que contemplarei a amante face de Cristo, meu amado salvador, o feio rosto da morte não me preocupa demasiado". A véspera antes de sofrer, dois sacerdotes desejavam vivamente visitá-la, mas ela recusou tanto confessar-se como receber a absolvição, porquanto podia manter melhor comunicação com o Sumo Sacerdote das almas. Por volta das três da madrugada, Satanás começou a lançar seus dardos acesos, colocando dúvidas em sua mente acerca de se teria sido escolhida para a vida eterna, e se Cristo teria morrido por ela. Seus amigos lhe indicaram com presteza aquelas passagens consoladoras da Escritura que confortam o coração fatigado, e que tratam do Redentor que tira os pecados do mundo.
Por volta das 8, o xerife maior lhe anunciou que tinha só uma hora de vida; no princípio sentiu-se abatida, porém logo se repus, e deu graças a Deus de que sua vida seria logo dedicada a Ser serviço. O xerife deu permissão a dois amigos para que a acompanhassem à estaca, indulgência esta pela qual foi depois severamente tratado; ao ir para o lugar quase desmaiou, devido à grande distância, sua grande debilidade e a multidão que se aglomerava. Três vezes orou fervorosamente a Deus para que livrasse a terra do papismo e da idolátrica missa; e a maioria da gente, assim como o xerife maior, disseram amém.
Quando houve orado, tomou aquele cálice (que tinha sido enchido de água para refrescá-la) e disse "Bebo para todos aqueles que sem fingimento amam o Evangelho de Cristo, e brindo pela abolição do papado". Seus amigos, e muitas mulheres do lugar, beberam com ela, pelo que à maioria delas foram depois impostas penitências.
Quando foi acorrentada à estacam seu rosto estava alegre, e o rubor de suas faces não esvaeceu. Suas mãos estiveram estendidas para o céu até que o fogo a deixou sem forças, quando sua alma foi recebida nos braços do Criador. A duração de sua agonia foi breve, porque o xerife, a petição de seus amigos, tinha preparado uma lenha tão boa que em poucos minutos ficou abrumada pela fumaça e as chamas. O caso desta mulher fez brotar lágrimas de compaixão em todos aqueles cujo coração não estava endurecido.

Execuções em Islington
Por volta do 17 de setembro sofreram em Islington os quatro seguintes confessores de Cristo: Ralph Allerton, James Austoo, Margery Austoo, e Richard Roth.
James Austoo e sua mulher, de A'lhallows, em Baiking, Londres, foram sentenciados por não crer na presença. Richard Roth rejeitou os sete sacramentos, e foi acusado de ajudar os hereges pela seguinte carta, escrita com seu próprio sangue, e que tinha tratado de enviar a seus amigos de Colchester:

Queridos irmãos e irmãs:
Quanto maior razão tendes para regozijar-vos em Deus por ter-vos dado tal fé para sobrepor-vos até agora a este sanguinário tirano! E é indubitável que Aquele que tem começado a boa obra em vós outros, a consumará até o fim. Oh, queridos corações em Cristo, que coroa de glória recebereis com Cristo no Reino de Deus! Queira Deus que tivesse estado pronto para ir convosco; porque estou de dia no incômodo, subministrada pelo xerife, e de noite jazo na carvoeira, afastado de Ralph Allerton ou de qualquer outro; e esperamos cada dia quando seremos condenados; porque ele disse que seria queimado no período de dez dias antes da Páscoa; continuo estando à borda do estanque, e cada um entra antes que eu; porém esperamos pacientemente a vontade do Senhor, com muitas correntes, com ferros e cepos, pelos que temos recebido grande gozo de Deus. e agora que vos vá bem, queridos irmãos e irmãs, neste mundo, pois espero vê-los no céu face a face".
Oh, irmão Munt, com tua mulher e tua irmã Rose, quão bem-aventurados sois no Senhor, que vos tem achado dignos de padecer por Sua causa!, e isso com todo o resto de meus queridos irmãos e irmãs, conhecidos ou desconhecidos. Gozai-vos até a morte. Não temais, disse Cristo, porque eu venci a morte. Oh, querido coração, vendo que Jesus Cristo será nossa ajuda, espera até que Ele o deseje. Sede fortes, que se alentem vossos corações, e esperai quietos no Senhor. Ele está perto. Sim, o anjo do Senhor coloca sua tenda em volta dos que o temem, e os livra da forma que melhor lhe parece. Porque nossas vidas estão em mãos do Senhor; e não nos podem fazer nada se o Senhor não lhes permitir. Por isso, dai todos graças a Deus.
Oh, queridos corações, serei revestidos de longas vestes brancas no monte Sião, com a multidão dos santos, e com Jesus Cristo nosso Salvador, que jamais nos desamparará. Oh, bem-aventuradas virgens, tendes jogado o papel de virgens prudentes ao ter tomado azeite em vossas lâmpadas, para poder entrar com o Esposo, quando venha, para o gozo eterno com Ele. Porém, quanto às insensatas, ser-lhes-á fechada a porta, pois não se dispuseram a sofrer com Cristo, nem a levar sua cruz. Oh, queridos corações, quão preciosa será vossa morte aos olhos do Senhor!, porque preciosa lhe é a morte de Seus santos. Que vos vá bem, e continuai orando. Seja convosco a graça de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém, amém. Orai, orai, orai!"
Escrito por mim, com meu próprio sangue,
RICHARD ROTH"

Esta carta, na que se denomina com tanta justiça a Bonner como "sanguinário tirano" não era provável que excitasse sua compaixão. Roth o acusou de levá-lo a interrogar secretamente e de noite, porque tinha medo de dia à gente. Resistindo-se a todas as tentações de abjurar, foi condenado, e o 17 de setembro de 1557 estes quatro mártires morreram em Islington, pelo testemunho do Cordeiro, que foi imolado para que eles pudessem ser os remidos de Deus.
John Noyes, um sapateiro de Laxfield, Suffolk, foi levado a Eye, e na meia-noite do 21 de setembro de 1557 o levaram de novo de Eye para Laxfield, para ser queimado. Na manhã seguinte foi conduzido ao poste, preparado para o horrendo sacrifício. O senhor Noyes, ao chegar no lugar fatal, e ajoelhou, orou e recitou o Salmo 50. Quando a corrente o rodeou, disse: "Não temais os que matam o corpo, mas temei Àquele que pode matar corpo e alma, e lançá-los no fogo eterno!". Enquanto um tal Cadman lhe colocava um feixe de lenha sobre ele, bendisse a hora em que havia nascido para morrer pela verdade; e enquanto se confiava somente aos méritos todo-suficientes do Redentor, pegaram fogo à pira, e em pouco tempo o fogo devorador apagou suas últimas palavras: "Senhor, tem misericórdia de mim! Cristo, tem misericórdia de mim!". As cinzas de seu corpo foram sepultadas num fosso, e com elas um de seus pés, inteiro até o tornozelo, com a meia colocada.

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